O Brasil se acha em eterna dívida
com os povos africanos por conta dos anos de escravidão destes povos em solo
tupiniquim. Além de criar cotas especiais para negros nas universidades, torna
obrigatório o ensino da história e da cultura africanas nas escolas públicas. Ao
mesmo tempo, considera os portugueses uma “nação irmã”, promovendo até a uniformidade
da língua portuguesa, de modo a unir ainda mais os dois países-irmãos.
Mas não foram os portugueses que
invadiram o Brasil, escravizaram, “catequizaram” e dizimaram nossos povos
indígenas, além de se apoderarem das nossas riquezas, explorá-las, usurpá-las,
transformando o Brasil numa colônia de degradados, bandidos e mercenários? E mais:
Não foram os portugueses que trouxeram os negros da África, espoliados,
humilhados, escravizados, coisificados, doentes, torturados, desonrados,
surrados, desumanizados, tratados como criaturas sem alma, sem vontade e sem
direitos? Não eram deles os navios negreiros e o mercado escravo?
É preciso que o Brasil escolha de
que lado pretende ficar e que leitura realmente faz da História. Amamos os
portugueses que nos espoliaram e ao mesmo tempo os negros que eles oprimiram. Nós
nos vemos em dívida com os povos africanos e não consideramos os portugueses em
dívida não somente com os povos africanos, mas com nossos povos indígenas. Há muito
o que se pensar para que nosso país seja uma nação coerente e justa com aqueles
que são frutos de anos de história: negros, índios, pardos... Todos nós.